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  • Foto do escritorGrupo Salineira

DE ZERO A X, UM ETERNO APRENDIZ (Ana Clara Tavares)

DE ZERO A X, UM ETERNO APRENDIZ

Ana Clara Tavares


Zero ano: A beleza do novo. Surge uma mãe e um pai, avós, uma família. Muitas perguntas. Para buscar as respostas? Viver, aprender, errar, acertar, errar de novo. Mas o que fica são aprendizados, para quem sabe, uma próxima criança.


Um ano: A beleza do falar e andar. Sílabas que surgem sem sentido algum. Preocupações com as quedas dos primeiros passos. Aprendizado. Quem aqui com um ano de idade já corria como Usain Bolt ou falava expressivamente como Martin Luther King? Evolução.


Cinco anos: A beleza das perguntas. Surgem os questionamentos. Como os bebês nascem? Por que não? Eu sei fazer sozinho... Um aprendiz nato. Cinco anos? Idade de aprender, errar, se machucar, brincar e usar muito spray antisséptico.


Dez anos: A beleza da mudança. Criança, pré adolescente, criança grande? Aqui fica a beleza de se descobrir o quanto, a cada dia que passa, você não é mais o mesmo. Muda a aparência física, os gostos, e papai e mamãe viram chatos. Aprendizado...? Talvez daqui a vinte anos quando vier o arrependimento de que podia ter valorizado mais.


Quinze anos: A beleza de ser dono de si, ou melhor, achar. As responsabilidades começam a bater na porta. Como que lido com isso? E agora? Escolhas erradas. Ufa!... Acertei! Agora vai. Errado de novo? Tudo bem, só tenho quinze anos, sou um aprendiz.


Vinte anos: A beleza da dúvida. E agora, José? Vinte anos... Amigos casando, outros estudando, uns perdidos no mundo, mas todos aprendendo. Será que estou correndo atrás de todos? A vida não é sobre quem vai ganhar ou perder, e sim quem até aqui aprendeu com os erros e com isso busca constantemente a sua felicidade.


Trinta anos: A beleza da maturidade. Aqui tudo o que foi aprendido durante todos esses anos começa a fazer sentido. Pessoas, objetos e algumas situações já não valem mais a pena a persistência. Na teoria é até um discurso lindo, na prática, mais aprendizados. Poupe-me, poupe-se, poupe-nos.


Quarenta anos: A beleza da essência. Então chegamos no famoso clichê, o começo da fase dos “enta”. Nesse momento a soma de toda a trajetória, tudo que aprendeu, está sendo colocado em prática. Ops… Frustrações. Entender o passado para construir o futuro. Sempre um aprendiz.


Cinquenta anos: A beleza da sabedoria. Aqui chega o meio século vivido. Muitos podem dizer que já aprenderam de tudo e que sabem de tudo. Até parece há trinta e cinco anos, quando se achava o dono da verdade. Errado. A vida há cinquenta anos era diferente. Os costumes, culturas, pensamentos, a política e a economia não são mais os mesmos. Aprender. Voltamos ao mesmo lugar.


Sessenta anos: A beleza da aposentadoria. Finalmente o descanso. Alívio. Mas como uma pessoa acostumada a viver com a rotina diária de trabalho, dinâmica e agitada se vê ociosa? O que fazer? Nova rotina. Novos ciclos. Aprendizado.


Setenta anos: A beleza das histórias. Professores e mestres. Muitas experiências e momentos foram vividos. Aqui não pontuo a aprendizagem deles, e sim das pessoas que têm a oportunidade de aprender com aqueles que já viveram de tudo. Mas… O melhor jeito de aprender é ensinando. Constante aprendizagem.


X anos: A beleza de ser um eterno aprendiz. Até aqui a vida muito ensinou. De zero a x anos sempre teve algo novo para conhecer. Essa é a vida. Ninguém nasce sabendo de tudo e muito menos morre sabendo de tudo. O que seria de nós, seres humanos, sem o frio na barriga do novo? Isso que faz a vida valer a pena, aprender. Porque aprender é saber sempre tirar a beleza das coisas para que daqui a um ou dez anos sermos a melhor versão de nós mesmos.



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